Li em alguns veículos
de comunicação da minha cidade (Campinas/SP) que a Emdec – Empresa Municipal de
Desenvolvimento de Campinas – prepara e aprova licitação para contratação de
empresa ou consórcio especializado para a consolidação de projetos básicos do Bus Rapid Transit – BRT. Segundo as
notícias esses projetos visam à criação de corredores de ônibus que irão
beneficiar cerca de 300 mil pessoas que residem nas regiões dos bairros Ouro
Verde e Campo Grande. Nessa licitação querem construir corredores de ônibus
exatamente nas antigas linhas desativadas do antigo VLT – Veículo Leve sobre
Trilhos.
Mais uma vez a prefeitura,
por meio da autarquia Emdec, insiste que ônibus coletivo é a melhor solução do
transporte público. Será mesmo? Você já precisou pegar ônibus? Já percebeu como
a maioria dos motoristas age no volante daquelas caixas motorizadas?
Os ônibus coletivos do
meu bairro, por exemplo, são desconfortáveis. São grandes caixas de metal sobre
sistemas motorizados obsoletos e barulhentos. Possuem escadas elevadas para entrar
e sair do veículo; não possui qualquer sistema para abaixar a porta de entrada
ou saída, fazendo com fique mais próximo da calçada no momento do embarque,
facilitando a subida ou descida do passageiro. À exceção são os ônibus adaptados
para cadeirantes, que raríssimas vezes vemos.
Mas não posso reclamar
da máquina que cobra a tarifa. Você coloca um cartão próximo dela e ela faz a
leitura e desconta o valor da passagem. Tudo via satélite, num sistema em que o
órgão responsável pelo transporte público municipal possui o histórico de todas
as utilizações daquele cartão. Esse sistema assemelha-se aos utilizados em
países de primeiro mundo. Agora, por que só esse equipamento é de ponta?
O valor da passagem
continua caro em comparação com a precariedade do serviço. Os assentos dos
ônibus são estreitos, mas possui muito espaço para ficar em pé. Durante o
trajeto o veículo balança o tempo todo e o barulho do motor invade seu interior.
Já o motorista, diz que sempre está atrasado e por isso corre com o veículo, fazendo
todos sacolejarem, além de por em risco a vida de todos os passageiros.
Esse tipo de transporte
precisa receber investimentos sérios para justificar a tarifa cobrada. Ou a
municipalidade deve pensar em outra alternativa, pois é inadmissível um cidadão
ser transportado como se estivesse num caminhão de frutas, verduras ou qualquer
insumo desse tipo.
A licitação deveria ser
aberta para implantação do trem de passageiro novamente. Essa é minha sugestão.
Para o transporte ferroviário não existe trânsito, podendo se ter com precisão
seu horário de partida e chegada. Além de outros benefícios que são claramente
notórios, como a questão do conforto.
Como seria muito melhor
se as mesmas 300 mil pessoas dos bairros do Ouro Verde e Campo Grande chegassem
ao centro da cidade de trem. O que é preciso fazer para que alternativas como
essas sejam efetivamente implantadas???
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