terça-feira, 19 de julho de 2011

O SENTIDO DA VIDA

Qual o sentido da vida?

Fiz a pergunta inicial – qual o sentido da vida – para um senhor de quase sessenta anos de idade. Ele me respondeu que o sentido da vida é vivê-la.

Esta pergunta implica em diversas respostas. Posso pensar, por exemplo, para qual rumo a vida caminha ou leva os seres humanos. Num outro momento tenho a impressão de que a pergunta se refere ao significado da vida. Reescrevendo a frase ficaria: “qual o significado da vida? Para que a vida existe? Qual o propósito da vida?” No sentido de função. Abstrações não faltam.

Optei por definir as três palavras que constroem a frase para tentar dar uma resposta à pergunta. Lembrando que a minha resposta é tão somente uma, pois entendo que a melhor resposta que exista para essa pergunta é a que você der a ela, pois se trata de uma pergunta que só cabe a resposta que vou chamar de “personalíssima”. Ou seja, só você, caro leitor, pode construir a reposta adequada.

Para dar uma resposta no mínimo coerente a essa pergunta passo a definir três palavras que constroem a fase. E são elas: qual; sentido e vida. O dicionário HOUAISS eletrônico define: QUAL: pronome interrogativo; refere-se a coisa ou pessoa dentre outras; de que natureza, de que qualidade (em relação a pessoa ou coisa). SENTIDO: aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; alvo, fim, propósito; encadeamento coerente de coisas ou fatos; razão de ser; lógica, cabimento; cada uma das duas direções opostas em que algo pode se deslocar; orientação, rumo. VIDA: modo de viver; conjunto de hábitos; o período de um ser vivo compreendido entre o nascimento e a morte; existência; motivação que anima a existência de um ser vivo, que lhe dá entusiasmo ou prazer; alma, espírito.

Pois bem, as definições dessas palavras nos convidam a diversas respostas quanto a questão, mas vou adotar os seguintes sentidos para as três palavras de forma que em seguida reescreverei a frase de forma objetiva para o sentido que darei. Para a palavra “qual” adoto o sentido de pronome interrogativo, referindo-se coisa dentre outras. Para “sentido” prefiro o sinônimo de direção. E, por fim, para “vida” adoto o significado de período de um ser vivo compreendido entre o nascimento e a morte. Então reescrevendo a pergunta inicial, esta ficaria, no meu olhar assim: Qual a direção da existência?


Qual a direção da existência?

A direção é para cima ou para baixo? Para a esquerda ou para a direita? Esta direção tem um alvo? Afinal, para onde o período compreendido entre nascimento e a morte de um ser vivo apontam?

Tudo que chamamos de existência, o que existe, que possui vida não carrega ou traz dependência de outra coisa sem qual não existe. Quero dizer que a vida é e ponto. É um pleonasmo vicioso, sim. É o mesmo que dizer a existência existe, subir pra cima, descer pra baixo, sair pra fora etc.

A direção da existência aponta para a própria existência. Na existência existem os elementos do significante e o significado. Sendo menos filosófico e usando uma frase muito usada hoje em dia é dizer: “tudo junto misturado”. Direção da existência confunde-se com ela própria, está “tudo junto misturado”.

Por isso justifica a afirmação que fiz de que a resposta para a pergunta é personalíssima, pois cada ser vivo sabe, ou deveria saber, qual o sentido da vida. Todo ser vivo é dotado de vida, logo a resposta que cada um der à esta pergunta resultará na manifestação da sua própria vida e de seu sentido.

O que eu sugiro como resposta é que a sua, assim como a minha apontem o mais próximo possível do que é bom, agradável, honesto, justo, perfeito, puro, virtudes que toda vida carrega, mas que nos dias de hoje insiste em não se mencionar; pois o contrário dessas virtudes não corresponde a vida e sim a morte. Mas este é um paradoxo que fica para uma próxima conversa.

Finalmente minha, e só minha, resposta para a pergunta – qual a direção da existência ou qual o sentido da vida – é me religar com o ser que criou a minha vida e a me deu, pois restabelecendo esta conexão com Ele é que verei e conhecerei a Verdade que faz todo o sentido no meu ser, convergindo para, novamente, ao criador de tudo, tendo assim o movimento eterno do criador para a criatura e vice-versa. O que em última análise chamo de relacionamento pleno.