sexta-feira, 16 de outubro de 2015

TRANSPORTE PÚBLICO



Li em alguns veículos de comunicação da minha cidade (Campinas/SP) que a Emdec – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas – prepara e aprova licitação para contratação de empresa ou consórcio especializado para a consolidação de projetos básicos do Bus Rapid Transit – BRT. Segundo as notícias esses projetos visam à criação de corredores de ônibus que irão beneficiar cerca de 300 mil pessoas que residem nas regiões dos bairros Ouro Verde e Campo Grande. Nessa licitação querem construir corredores de ônibus exatamente nas antigas linhas desativadas do antigo VLT – Veículo Leve sobre Trilhos.

Mais uma vez a prefeitura, por meio da autarquia Emdec, insiste que ônibus coletivo é a melhor solução do transporte público. Será mesmo? Você já precisou pegar ônibus? Já percebeu como a maioria dos motoristas age no volante daquelas caixas motorizadas?

Os ônibus coletivos do meu bairro, por exemplo, são desconfortáveis. São grandes caixas de metal sobre sistemas motorizados obsoletos e barulhentos. Possuem escadas elevadas para entrar e sair do veículo; não possui qualquer sistema para abaixar a porta de entrada ou saída, fazendo com fique mais próximo da calçada no momento do embarque, facilitando a subida ou descida do passageiro. À exceção são os ônibus adaptados para cadeirantes, que raríssimas vezes vemos.

Mas não posso reclamar da máquina que cobra a tarifa. Você coloca um cartão próximo dela e ela faz a leitura e desconta o valor da passagem. Tudo via satélite, num sistema em que o órgão responsável pelo transporte público municipal possui o histórico de todas as utilizações daquele cartão. Esse sistema assemelha-se aos utilizados em países de primeiro mundo. Agora, por que só esse equipamento é de ponta?

O valor da passagem continua caro em comparação com a precariedade do serviço. Os assentos dos ônibus são estreitos, mas possui muito espaço para ficar em pé. Durante o trajeto o veículo balança o tempo todo e o barulho do motor invade seu interior. Já o motorista, diz que sempre está atrasado e por isso corre com o veículo, fazendo todos sacolejarem, além de por em risco a vida de todos os passageiros.

Esse tipo de transporte precisa receber investimentos sérios para justificar a tarifa cobrada. Ou a municipalidade deve pensar em outra alternativa, pois é inadmissível um cidadão ser transportado como se estivesse num caminhão de frutas, verduras ou qualquer insumo desse tipo.

A licitação deveria ser aberta para implantação do trem de passageiro novamente. Essa é minha sugestão. Para o transporte ferroviário não existe trânsito, podendo se ter com precisão seu horário de partida e chegada. Além de outros benefícios que são claramente notórios, como a questão do conforto.

Como seria muito melhor se as mesmas 300 mil pessoas dos bairros do Ouro Verde e Campo Grande chegassem ao centro da cidade de trem. O que é preciso fazer para que alternativas como essas sejam efetivamente implantadas???