sábado, 14 de maio de 2011

FINANÇAS


Terminei de ler um livro sobre finanças chamado “Casais inteligentes enriquecem juntos”, autor GUSTAVO CERBASI. Apesar de ser voltado para finanças domésticas, sobretudo para casais, abstraí coisas interessantes e relevantes.

O livro não trata somente de questões triviais sobre o modo como devemos administrar nossos recursos, mas propõe algumas reflexões sobre o dinheiro, sua quantidade e administração. Sugiro que todos leiam o citado livro, pois não é dirigido apenas a casais, mas a todos que querem aprender mais sobre suas finanças.

Um ponto interessante em que o autor me levou a reflexão é que no Brasil não se estuda nas escolas a respeito das finanças pessoais e domésticas. Isso é um fato que me leva a pensar em várias coisas, mas comentarei apenas uma.

Refletindo no porque o Brasil, meu país, não estabeleceu ou criou como disciplina nas escolas de ensino fundamental e médio a questão das finanças e sua administração faz-me ver o lado sombrio do capitalismo.

No capitalismo alguém “paga a conta”, alguém perde para que outro ganhe. Isso é normal. Consigo aceitar com tranqüilidade a sistemática e mecanismo do capitalismo. De um lado temos o que detêm o capital, o capitalista, e do outro lado temos o que não detêm o capital, o assalariado. Assim o dicionário Houaiss define capitalismo:

1. Rubrica: economia. Sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.

2. Rubrica: economia, sociologia. Sistema social em que o capital está em mãos de empresas privadas ou indivíduos que contratam mão-de-obra em troca de salário.

Não vejo problema em viver no capitalismo. Mesmo porque não tenho como escolher outro modelo. Nasci neste sistema e talvez seja o que mais sofreu mutações em toda a história dos modelos econômicos sem perder sua essência.

O que fiquei me indagando é porque nosso país não tem a cultura de poupar dinheiro. Constituir poupança? Segundo o autor do livro se isso ocorresse, ou seja, toda a população poupasse dinheiro, teríamos alguns reflexos diretos na inflação e taxa de juros. Não seríamos um país tão especulado economicamente.

Mas ao contrário, somos levados pela mídia a consumir freneticamente. Compelem-nos a gastar não só tudo que possuímos, mas também contrair empréstimos para comprar coisas que não precisamos, mas possuem elevado status social. E as compras parceladas? Quem não está pagando algum carnezinho? Tudo isso contribui para a manutenção da pobreza econômica deste país.

Precisamos fazer algo. Devemos nos educar. Buscar informação e conhecimento para não só administrar melhor nossas finanças, mas mudarmos este quadro de pobreza em que vive o Brasil, pois agimos como se não houvesse importância poupar dinheiro. E do outro lado da ponta da linha do capitalismo outros países se deleitam do nosso esforço e trabalho e nossa máquina estatal continua sendo uma das mais caras do mundo.

Talvez eu não tenha estabelecido uma relação lógica tão clara entre poupar dinheiro, capitalismo e consumo. O capitalismo é o sistema econômico em que todos estão inseridos. E para que exista alguém tem de gastar e o outro deter capital, dinheiro. Quando optamos por deter dinheiro forçamos a economia mudar a nosso favor. Ela passa a diminuir o valor de alguns produtos, serviços, tributos, despesas etc. Para isso não devemos ceder aos apelos de consumos.

E quando citei a questão da máquina estatal, digo que ela não é cara somente por ser excessivamente burocrática, mas porque ela está inserida no contexto sombrio desse capitalismo que vivemos. O Estado deveria ser o maior interessando em educar seu povo economicamente. E porque isso não acontece? Mas esta é outra reflexão...